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O ambientalista e pesquisador colaborador do IEA Carlos Nobre, receberá no dia 10, às 13h (horário de Brasília), o Prêmio para Diplomacia Científica, concedido pela AAAS - American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência). A cerimônia virtual vai ocorrer em meio ao encontro anual da associação, entre os dias 8 e 11 de fevereiro.


A premiação visa reconhecer as ações de indivíduos ou pequenos grupos que trabalham nas comunidades científicas ou nas relações exteriores e realizam contribuição notável para o avanço da diplomacia científica. Fundada em 1848, nos Estados Unidos, a Associação Americana para o Avanço da Ciência é a maior sociedade científica multidisciplinar do mundo, com membros individuais em mais 91 países ao redor do globo. Também é editora líder de pesquisas de ponta por meio das revistas Science. Nobre é o primeiro brasileiro laureado na categoria desde que a instituição começou com a premiação, em 2013. Ele foi indicado ao prêmio por Emma Torres, chefe do Escritório de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN) em Nova York. “Ser o primeiro brasileiro a receber este prestigioso prêmio da AAAS mostra que a ciência brasileira começa a ser percebida como de qualidade e visibilidade globais. Me sinto muito honrado pelo reconhecimento de carreira científica de um brasileiro”, disse o pesquisador.

Carlos Nobre se dedica à geociência e às ciências ambientais há mais de 40 anos, com ênfase em meteorologia, climatologia, modelagem, mudanças climáticas, desastres naturais e ciência do sistema terrestre. Em 1991, formulou a hipótese da "savanização" da Amazônia devido ao desmatamento e vem estudando como o aquecimento global pode influenciar a floresta tropical. No IEA, o pesquisador desenvolve o projeto Amazônia 4.0, que visa à construção de fábricas portáteis e altamente tecnológicas para aprimorar as cadeias produtivas na Amazônia, de forma sustentável tanto para a floresta quanto para as comunidades locais. “No nosso país, o grande desafio é encontrar uma maneira de zerar os desmatamentos na Amazônia e cerrado, além de criar uma inovadora bioeconomia baseada na nossa riquíssima biodiversidade”, afirmou o cientista.  Nobre participou de vários relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). Ele foi um dos autores do 4º Relatório de Avaliação do órgão, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Em 2013 foi nomeado membro do Conselho Consultivo Científico para a Sustentabilidade Global do secretário geral da ONU.Atualmente, preside o Painel Científico para a Amazônia, ligada à SDSN, liderando mais de 160 pesquisadores e especialistas indígenas de países amazônicos para elaborar o primeiro estudo abrangente da Bacia Amazônica, com publicação prevista para 2021. O pesquisador também coordena o Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia para Mudanças Climáticas e é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Mundial de Ciências (TWAS) e membro estrangeiro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS). Hoje, é uma das principais vozes de alerta para a necessidade de frear o aquecimento global e proteger a Amazônia. “Temos que deixar a era fóssil permanentemente para trás antes de meados deste século com substituição por energias renováveis, zerar os desmatamentos das florestas tropicais e restaurar milhões de quilómetros quadrados de florestas desmatadas e degradadas. O Brasil tem um papel importante a desempenhar na busca de soluções e devemos lutar para sermos o primeiro país em desenvolvimento a chegar ao "carbono zero" nas próximas décadas”, comentou Nobre.
 

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