Instituto de Relações Internacionais
Universidade de São Paulo
O Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP), por meio da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), realizou em 5 de dezembro a conferência “O papel do Exército na sociedade brasileira”, no Auditório da Congregação do IRI-USP. O evento contou com a participação do Comandante do Exército Brasileiro, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, e integrou as iniciativas da ESEM voltadas ao fortalecimento da pesquisa em segurança pública e ao diálogo com instituições nacionais.
A mesa foi presidida pelo diretor do IRI-USP, Pedro Dallari, com a presença do Presidente do Conselho da ESEM–IRI–USP, Fabio Ramazzini Bechara, e do Coordenador Acadêmico da ESEM-IRI-USP, Leandro Piquet Carneiro. O encontro reuniu mais de 50 participantes, entre representantes do Comando Militar do Sudeste, Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (ADUSP), setor privado, pesquisadores e alunos.
Na conferência, o Comandante Paiva apresentou as funções constitucionais do Exército, previstas no artigo 142 da Constituição Federal, com ênfase na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais. Para ilustrar essas atribuições, o Comandante mencionou que cabe ao Exército, nos termos da Constituição, assegurar a posse presidencial decorrente do processo democrático e, nos casos de impeachment, garantir a posse do vice-presidente, conforme previsto na legislação.
O Comandante também detalhou as missões subsidiárias do Exército estabelecidas na Lei Complementar nº 136/2010, que incluem cooperação com a Defesa Civil, apoio ao desenvolvimento nacional por meio de obras de engenharia, logística e comunicações, e atuação complementar no enfrentamento a delitos transfronteiriços e ambientais.
O Comandante apresentou exemplos dessas atividades, entre eles a Operação Carro-Pipa, responsável pelo abastecimento emergencial de água em regiões do Nordeste e do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, e a atuação conjunta com a Defesa Civil durante as enchentes no Rio Grande do Sul, que resultou no resgate de mais de 71 mil pessoas e em aproximadamente 30 mil atendimentos de saúde.
No campo do desenvolvimento nacional, o Comandante destacou obras executadas pelo Exército em áreas remotas, incluindo pontes, viadutos, túneis, aeroportos, pistas de pouso, rodovias e trechos ferroviários. Sobre a atuação na faixa de fronteira, lembrou que o Exército mantém 77 organizações militares na região e conduz operações como a Acolhida, que já interiorizou mais de 155 mil imigrantes venezuelanos desde 2018; a operação Uru Eu Wau Wau, com apreensão de madeira ilegal; e ações de proteção ao território Yanomami, que registraram redução de 88% das áreas de garimpo.
Segundo Jory Rodrigues, gerente de Segurança Corporativa da Bayer, “operações como a Ágata têm impacto direto no enfrentamento do contrabando e da falsificação - questões que afetam setores essenciais como o farmacêutico e o agrícola”.
O Comandante ressaltou, ainda, a participação do Exército Brasileiro em missões de paz, atualmente distribuídas entre nove operações das Nações Unidas e três da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Desafios contemporâneos
O Comandante Paiva apresentou os principais desafios que afetam a atuação militar e a segurança nacional: desinformação, manipulação digital, ataques cibernéticos, migrações, eventos climáticos extremos, colapsos urbanos, crime organizado transnacional, ilícitos e terrorismo.
Para responder a esse cenário, destacou as ações de modernização de sistemas estratégicos - como o ASTROS (Sistema de Lançadores Múltiplos de Foguetes), a defesa antiaérea e as forças blindadas -, o fortalecimento do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), a ampliação da defesa cibernética com comando especializado e exercícios anuais de simulação, e a necessidade de adaptação operacional em ciclos mais curtos diante de mudanças rápidas no ambiente de ameaças.
Atendendo a questionamento do diretor Pedro Dallari, o General apresentou uma avaliação sobre possíveis impactos da crise entre Estados Unidos e Venezuela. Entre os cenários previstos estão o aumento do fluxo migratório, mudanças nas rotas do tráfico de drogas e a necessidade de reforço da presença militar na fronteira com a Venezuela, medida adotada desde 2024.
A conferência encerrou o ano letivo da Escola de Segurança Multidimensional e reuniu autoridades, docentes e especialistas das áreas de segurança e defesa. Para o Diretor do IRI, Pedro Dallari: “O trabalho da ESEM é muito importante para a Universidade de São Paulo. É uma referência brasileira no tratamento de temas que até agora estiveram distantes da academia, especialmente a segurança pública”.
Crédito das imagens
Fotos produzidas por Sd Gomes Carneiro.
No dia 5 de dezembro de 2025, o Instituto de Relações Internacionais da USP recebeu com alegria os novos alunos da pós-graduação que iniciarão suas atividades em 2026. O encontro marcou o começo de uma nova etapa acadêmica e proporcionou um espaço de integração entre estudantes, docentes e a equipe da pós.
Estiveram presentes diversos professores do programa, entre eles Alexandre Moreli, Carolina Aguiar, Daniela Schettini, Maria Antonieta Del Tedesco Lins - coordenadora da pós-graduação - e Cristiane Lucena, que deram as boas-vindas e compartilharam orientações fundamentais para o percurso acadêmico.
A recepção também contou com a participação da dedicada equipe administrativa da pós-graduação: Patricia Pereira, Luigi Medori e Giseli Adornato (bibliotecária), que apresentaram os principais serviços, rotinas e canais de apoio aos novos alunos.
O IRI-USP deseja a todos uma excelente jornada, com muito aprendizado, diálogo e descobertas que fortalecerão ainda mais a comunidade acadêmica em 2026.
Presidida pela Vice-Reitora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Arminda do Nascimento Arruda, realizou-se em 22.10.2025, no auditório do Espaço Brasiliana, a tradicional cerimônia anual da Cátedra José Bonifácio. No evento, a ex-Ministra da Justiça da França Christiane Taubira, natural da Guiana Francesa e Catedrática no período 2024-2025, apresentou o relato das atividades acadêmicas e de pesquisa que dirigiu na USP e promoveu o lançamento do livro que registra o resultado desse trabalho.
Com condução de Pedro Dallari, Diretor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) e Coordenador do Centro Ibero-americano (CIBA), núcleo de apoio à pesquisa responsável pela gestão da Cátedra José Bonifácio, a cerimônia teve inicialmente a manifestação de Marcio Giannico, Diretor de Santander Universidades, instituição que apoia financeiramente a Cátedra desde 2013, e de Alexandra Mias, Cônsul Geral da França em São Paulo. Na sequência, saudaram a Catedrática as estudantes de pós-graduação da USP Juliana Barbosa e Raphaella Costa, que integraram o grupo de pesquisa que funcionou sob a orientação de Christiane Taubira. A própria Catedrática fez uso da palavra em seguida, para uma breve apresentação de sua jornada na USP e do livro que dela resultou. Finalizando a cerimônia, o Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação, Paulo Alberto Nussenzweig, e a Vice-Reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda, agradeceram a valiosa contribuição da Catedrática à USP, transmitindo, também, o agradecimento do Reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, que se encontrava no exterior.
O vídeo da cerimônia está acessível em: https://www.youtube.com/watch?
O livro coordenado por Christiane Taubira, com organização de Camila Perruso, da Universidade de Montpelier, e de Dajamila Delanon, da Universidade da Guiana Francesa, se constituiu no 12º volume da coleção da Cátedra José Bonifácio. Intitulado Amazônias: espaço vivo, social, político, é uma coletânea de artigos publicada pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), reunindo a contribuição de especialistas convidados pela Catedrática e de jovens pesquisadores da USP e de outras universidades brasileiras e estrangeiras. A obra foi concebida como uma contribuição da USP à reflexão em torno da pauta da conferência das Nações Unidas sobre o clima prevista para novembro de 2025 em Belém do Pará, a COP-30. A obra está disponível, com acesso livre, no site da Edusp: https://www.livrosabertos.edusp.usp.br/edusp/catalog/book/53
Com a publicação e disponibilização da versão digital do livro já no mês de setembro, antes mesmo da cerimônia de lançamento, a repercussão alcançada motivou a participação da Catedrática em diversos eventos a ele relacionados. Em 20.10.2025, proferiu, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a conferência “A Amazônia Contemporânea e os Desafios da Justiça Social”, em sessão presidida pelo Presidente daquela instituição, Marco Antonio Zago. Matéria sobre o evento, com o vídeo da conferência, pode ser vista em https://agencia.fapesp.br/a-amazonia-e-plural-e-a-voz-de-suas-populacoes-precisa-ser-levada-em-conta-afirma-christiane-taubira/56251
Já em 23.10.2025, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, Christiane Taubira foi protagonista da mesa de debate “Olhares Fluidos, Regards Fluides”, em que esteve acompanhada dos Acadêmicos Antonio Carlos Secchin e Antônio Torres e de Gerson Damiani, Secretário Executivo do CIBA. O registro do evento se encontra acessível em https://www.academia.org.br/eventos/olhares-fluidos-regards-fluides-0
No âmbito da USP, o lançamento do livro foi objeto de duas matérias do Jornal da USP:
https://jornal.usp.br/radio-usp/livro-coordenado-por-christiane-taubira-contribui-para-a-reflexao-sobre-a-amazonia-e-a-cop-30/
Assim, como a obra coordenada por Christiane Taubira, os demais livros da coleção da Cátedra estão acessíveis em:
https://www.livrosabertos.edusp.usp.br/edusp/catalog/category/relacoes-internacionais.
Destaque do curso
O curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) ficou em 1° lugar no ranking do Ranking Universitário Folha (RUF) de 2025 para essa graduação.
O RUF analisa fatores como “Qualidade de Ensino”, “Avaliação dos Docentes”, “Avaliação de Mercado” entre outros. A obtenção da 1ª posição sugere que o curso da USP se destacou nesses indicadores.
Acesse aqui todas as informações do RUF 2025:
https://ruf.folha.uol.com.br/2025/ranking-de-cursos/relacoes-internacionais/
(a possibilidade de acesso às matérias está condicionada aos critérios estabelecidos pelos respectivos órgãos de imprensa)
Em 17 e 20 de outubro de 2025, o Prof. Pedro Dallari, Diretor do IRI-USP, ministrou na Universidade Complutense de Madri as aulas de módulo do curso Defendiendo Derechos Humanos: de la teoría a la práctica. Destinado a especialistas latino-americanos na promoção de direitos humanos, o curso teve a promoção da Fundación Carolina, do governo da Espanha, e foi organizado sob os auspícios da União Ibero-americana de Universidades (UIU), que, além da Complutente e da USP, reúne a Universidade de Barcelona, a Universidade de Buenos Aires (UBA) e a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). Coube a cada uma dessas universidades a indicação do docente responsável por um dos cinco módulos do curso, tendo correspondido à USP e ao Prof. Dallari o módulo 3, dedicando ao impacto das novas tecnologias no exercício dos direitos políticos da sociedade, conforme o programa reproduzido ao final desta matéria.
Essa atividade se insere no processo de internacionalização da USP, com a integração da universidade em redes de cooperação acadêmica, como registram matérias publicadas pela Fundación Carolina e pelo Jornal da USP:
https://jornal.usp.br/radio-usp/atuacao-internacional-da-usp-beneficia-a-ciencia-e-a-sociedade/
Estruturado sob a coordenação do Prof. Eduardo Ferrer, docente da Unam e antigo juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o curso contou com o seguinte programa:
CURSO UNIVERSITARIO EN DERECHOS HUMANOS
Defendiendo Derechos Humanos: de la teoría a la práctica
Director: Eduardo Ferrer Mac-Gregor (expresidente de la Corte IDH)
DESCRIPCIÓN
No son tiempos fáciles para los derechos humanos. A ochenta años de la creación de la ONU, la humanidad afronta múltiples y complejos desafíos para la vigencia de los derechos y la dignidad humana. El curso pretende dotar de las herramientas teóricas y prácticas necesarias para afrontar las problemáticas de violaciones a derechos tanto de las generaciones presentes como de las futuras, desde el derecho internacional de los derechos humanos (DIDH), con un enfoque especial en el Sistema Interamericano de Derechos Humanos. Se ofrece una visión holística e integradora del DIDH, reconociendo la interconexión entre la protección nacional y la tutela supranacional de los derechos humanos. Con un enfoque eminentemente práctico, el curso pretende exponer a los participantes los actuales desafíos en el DIDH, orientándose al rol fundamental que desempeñan las personas defensoras de derechos humanos.
El Curso está destinado a 30 personas, procedentes de diversos ámbitos profesionales o académicos, con un perfil específico y acreditado de defensor/a de derechos humanos.
OBJETIVOS
· Ofrecer una visión holística del funcionamiento y bases jurídicas del DIDH para personas defensoras de derechos humanos.
· Dotar al estudiantado de las herramientas conceptuales y teóricas de diversas temáticas de actualidad en la protección internacional de los derechos humanos, mediante el estudio de la normativa, doctrina especializada y jurisprudencia en los ámbitos universal e interamericano.
· Traducir los conocimientos teóricos a habilidades prácticas mediante el estudio de los sistemas de peticiones individuales ante el Sistema Interamericano de Derechos Humanos y ante los Comités especializados de la ONU.
· Estudiar la aplicación del corpus iuris existente a problemáticas actuales en la protección de los derechos humanos, especialmente en la protección de las personas o grupos más vulnerables.
· Transmitir la importancia y utilidad del DIDH para la defensa de los derechos humanos a nivel nacional, mediante la activación de procedimientos jurisdiccionales o a través de movimientos sociales.
METODOLOGÍA
El curso contempla una metodología teórico-práctica. Por un lado, se abordarán los temas desde una perspectiva teórica y, por otro, se analizarán casos prácticos, para incentivar una discusión entre los alumnos guiada por el profesor. En algunas clases, la parte práctica se enfocará en el debate de temas de actualidad. Dentro de estos elementos prácticos se contempla que los alumnos puedan reflexionar sobre la aplicabilidad de los conceptos aprendidos a casos reales.
MÓDULOS
El curso consta de 5 bloques temáticos, distribuidos en 10 sesiones (de cuatro horas cada una), así como en visitas a instituciones públicas relacionadas con la promoción y protección de los derechos humanos en España.
Bloque 1: Introducción a la Tutela Supranacional de los Derechos Humanos
Lunes 13 y martes 14 de Octubre, 10.00-14.00 hrs.
Dra. Rosa Ana Alija Fernández, Universidad de Barcelona.
· Antecedentes y declaraciones de derechos humanos
· La Protección Internacional de los Derechos Humanos: historia, bases y comités especializados de la ONU
Bloque 2: Grupos vulnerables, protección diferenciada y movilidad humana
Miércoles 15 y Jueves 16 de Octubre, 10.00-14.00 hrs.
Dr. Eduardo Ferrer Mac-Gregor, Universidad Nacional Autónoma de México
· El Sistema Interamericano de Derechos Humanos: Historia, normativa, órganos, Sistema de Peticiones y Control de Convencionalidad
· Grupos vulnerables, No discriminación y Protección Diferenciada
· Movilidad humana (refugiados, asilo y desplazados)
Bloque 3: Derechos Políticos y Nuevas Tecnologías
Viernes 17 y Lunes 20 de Octubre, 10.00-14.00 hrs.
Dr. Pedro Dallari, Universidad de Sâo Paulo
· Tutela Supranacional de la Democracia: Derechos humanos, Estado de derecho y democracia representativa
· Nuevas Tecnologías: Libertad de expresión e información y privacidad en la era digital
Bloque 4: Derechos Económicos, Sociales, Culturales y Ambientales (DESCA) y Cambio Climática
Martes 21 y Miércoles 22 de Octubre, 10.00-14.00 hrs.
Dr. Julieta Rossi, Universidad de Buenos Aires
· DESCA: Justiciabilidad y Obligaciones
· Justicia Medioambiental y Climática
Bloque 5: Violaciones graves y Reparaciones
Jueves 23 y Viernes 24 de Octubre, horario por confirmar
Dr. Javier Chinchón Álvarez, Universidad Complutense de Madrid
· Violaciones graves de Derechos Humanos
· Reparaciones y Garantías de no Repetición
Instituto de Relações Internacionais - 2025